O funcionamento do “cérebro digital” – A Inteligência Artificial
Autor: Luiz Paulo Tupynambá
Marvin Minsky foi um dos fundadores do Media Lab do Massachusetts Institute of Technology (MIT) da Universidade de Harvard, mais conhecido como Laboratório de Inteligência Artificial do MIT. Ele estudou Matemática e Física ali mesmo em Harvard, onde mais tarde recebeu um doutorado em Matemática. Era amigo e colaborador de Carl Sagan e outros pesquisadores e formuladores teóricos do Advento Tecnológico Digital na época, entre os anos 50 e 80. Sua gigantesca contribuição para o Advento Tecnológico Digital tem seu ápice na formulação do conceito de Rede Neural de Pensamento. Segundo ele, “a mente humana é composta de redes de neurônios interconectados operando em paralelo para produzir comportamentos e pensamentos. As conexões entre os neurônios são fundamentais para a aprendizagem e o processamento de informações, e a estrutura da rede pode ser modificada com a experiência”. Com essa proposição, Minsky demonstrou como o uso de redes neurais artificiais, poderiam nos levar à Inteligência Artificial Aplicada, que utiliza modelos computacionais inspirados no cérebro humano usados para acelerar o chamado aprendizado de máquina (machine learning).
Mas não confunda rede física de computadores com rede neural. São coisas distintas. Uma rede neural digital é um tipo específico de rede de computadores interligados projetada para imitar o funcionamento do cérebro humano. Essa rede usa algoritmos de “aprendizado de máquina” para aprender e reconhecer padrões complexos em dados, de forma analítica, permitindo que ela realize tarefas como classificação, previsão e reconhecimento de imagens. Já uma rede de computadores interligados é um grupo de computadores fisicamente interconectados por uma rede de comunicação, cabos ou wi-fi, que compartilha recursos e informações.
Computadores e smartphones têm capacidade limitada de armazenamento. Essa limitação é um grande entrave quando se precisa guardar muita informação e processar milhões de dados. Como “driblar” isso e, ao mesmo tempo, não ter que comprar um supercomputador para executar operações mais complexas na empresa, no laboratório ou na escola? Simples: use a nuvem, que é aplicação prática mais visível atualmente da Rede Neural Digital, onde atua a Inteligência Artificial.
A nuvem, na verdade, são diversas “nuvens” cada qual pertencente a uma empresa diferente. Algumas delas chegam a ter milhões de servidores, localizados em fazendas de dados e espalhadas por todos os cantos do planeta. Empresas como Microsoft (Azure), Amazon (AWS) e Google (Google Cloud) têm gigantescas nuvens próprias que oferecem diversos serviços aos seus clientes, que podem guardar ali dados volumosos sem precisar investir em equipamentos, manutenção e renovação de servidores. E também outras centenas de empresas atuam da mesma maneira. Os clientes pagam uma taxa e guardam seus dados nas nuvens, com eles protegidos por poderosas ferramentas de criptografia. Portanto, a Nuvem não é apenas uma rede de armazenamento de dados. Ela oferece também a capacidade de processá-los, de maneira extremamente rápida, confiável, organizada e eficiente.
Esses serviços podem ser processamentos bancários, diagnósticos médicos, previsões meteorológicas, edição de vídeos em 3D, etc. O que o cliente imaginar ou necessitar será oferecido, ou criado de acordo com essa necessidade. Para isso, as “nuvens” usam servidores dotados de poderosos processadores conectados em uma rede neural digital, capaz de atender uma alta demanda de serviços.
A forma de utilizar esses serviços da nuvem é via APIs, os quais são aplicativos especificamente programados para gerar um resultado em resposta a uma solicitação do cliente. Um exemplo: Google Maps. Você digita um endereço na “janelinha” de busca e rapidamente o mapa do local aparece na tela. E se for o caso, você pode até dar uma volta por lá, utilizando o Street View.
Sim, o advento tecnológico digital chegou, estabeleceu-se, trouxe com ele a Inteligência Artificial é hoje uma realidade. Vamos usá-lo para o bem ou para o mal? Ainda não temos resposta para essa pergunta, mas sua influência já é sentida em todos os procedimentos humanos, da Economia à Educação, da Saúde ao Processo Político. O Conhecimento, como sabemos, não pode ser confundido com “eruditismo”, que é o “conhecimento sagrado”, aquele que poucos escolhidos podem ter e só deve ser compartilhado e compreendido entre “iguais”. Compartilhar conhecimento, promover o bem-estar comum, incentivar a criatividade e estabelecer a harmonia entre os povos deve ser meta final de qualquer política pública e deveria ser adotada como prática saudável por empresas, grandes ou pequenas. Mas, enfim, estamos falando sobre humanos, não é mesmo?
No próximo texto mostrarei como se vende um terreno, um carro, um iate ou até um jatinho particular que não existem e nunca vão existir materialmente. E como você pode pagar isso com dinheiro… que também não existe. Não é brinquedo, joguinho tipo Banco Imobiliário. Na verdade, é um mercado que movimenta mais de cem bilhões de dólares por ano. E continua subindo. Bem-vindo ao Metaverso.